Fernando Pessoa
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dora nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
(Quando fui outro. Rio de Janeiro : Objetiva, 2006, p. 71)
segunda-feira, 27 de abril de 2009
domingo, 5 de abril de 2009
Voltar à terra
Quando no final de E o vento levou, Sacarlet O´Hara diz Tomorow is another day e que voltará a Tara, ao único lugar donde tiraria forças para continuar a viver, está voltando a si mesma, à sua essência, á luta, a lavrar, ao continuar.
Quando nos encerramos em nós mesmos e nos afastamos dos outros para rebelar-se ou compreender-se na dor, dizemos-nos ensimesmados. Voltados à si. Em si mesmo, não estamos com o Outro ou pelo o outro, mas estamos no mesmo do eu, tentando voltar a se compreender.
Sem saber se podia ou devia ela foi lá e fez, sem entender como iria ela voltar para se refazer.
Voltar à terra, voltar à luta diária é como buscar de volta, devolver-se a si, à sua essência para poder vislumbrar another day.
Vai dormir que passa.
Quando nos encerramos em nós mesmos e nos afastamos dos outros para rebelar-se ou compreender-se na dor, dizemos-nos ensimesmados. Voltados à si. Em si mesmo, não estamos com o Outro ou pelo o outro, mas estamos no mesmo do eu, tentando voltar a se compreender.
Sem saber se podia ou devia ela foi lá e fez, sem entender como iria ela voltar para se refazer.
Voltar à terra, voltar à luta diária é como buscar de volta, devolver-se a si, à sua essência para poder vislumbrar another day.
Vai dormir que passa.
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