segunda-feira, 27 de julho de 2009

às vezes, muito às vezes cansa!

Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália, purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário
(Carlos Drummond de Andrade In: Hoje não escrevo)
Não é do escrever poético, de crônicas e contos que me remeto a Drummond. Hoje certamente, escrevo, mas canso de escrever e não escrevo, ou melhor teclo outras palavras, as que não são da ciência e do pensamento investigativo. O faço agora como alivio para meu entusiasmo, ou para meu cansaço que não é carnal, tão pouco intelectual. Não, obviamente, meu cansaço tem nome, tem sobrenome e tem referências sublimes.
O nome dele fica dito quando troco ele por ela, quando arremesso longe o olhar da janela de ontem, a mesma chuvosa de hoje e como essas gotas fazem falta...ah como fazem.
Não sei se te chamo de saudade ou lembraça, se te guardo na memória ou cultivo uma esperança. Sei que nada adianta tanto silêncio empedernido entre paredes, nas quatro paredes (seria meu se fosse resgatado). Temos Sarte pra encenar Entre quatro paredes ou o contrário. Acho que é o contrário de títulos. Não sei, estou cansada(suspiro de dúvida).
E como escreve bem, como escreve bem, como foi bem traduzido. Quem? Sartre?
Não esse não li ainda, não da forma como seria digno fazê-lo.
Dostoiévski.
Não sei se fico com ele, se fico com ela. Olho em volta, olho para o celular e realmente uma situação é certa, estou sem ele.
Mas tenho outros...muitos no devir.
A minha estante está cheia deles, então por que não sentar e escrever?
Boa leitura
Bom fim de noite!

Nenhum comentário:

Postar um comentário