Natiruts - Liberdade Pra Dentro Da Cabeça
Liberdade pra dentro da cabeça
Liberdade pra dentro da cabeça
Quando você for embora
Não precisa me dizer
O que eu não quero jogo fora
Você pode entender
Desigualdades e a luta
Afim de encontrar
A liberdade e a paz
Que a alma precisa ter
Estar com você
Na virada do sol
É compreender que o que há de melhor
Tá na vida, na transformação da natureza que me traz a
noção
Na verdade eu não vou chorar
Hoje sei ser, o que o terra veio me ensinar
Sobre as coisas que vêm do coração
Pra que eu possa trazer para mim e pra você
Liberdade pra dentro da cabeça
Sempre costumo começar com uma música, uma citação, um poema ou uma idéia que nunca é minha, mas que trás muito do que estou pensando e/ou sentindo naquele momento e sobre o que gostaria escrever, então para manter a tradição, não que eu acha que ela não deva ser quebrada, afinal tudo que vira rotina perde a graça, mas para manter a minha pequenez que preza pela ordem e impor à partir dessa conclusão um impulso à mudança, vou de novo começar a temática, no caso, LIBERDADE com uma ajudinha de Natiruts.
Na mesma linha de uma coisa puxa outra e um impulso gera outro, nessa dialética hegeliana que atormenta minhas sinapses intelectuais e sociais, abordo liberdade na mesma direção de - alguém me fez ou mostrou algo que surtiu efeito e depois de refletir refrato ao mundo -
Hoje, me refe(ve)rencio a um camarada muito camarada e que está se tornando um grande amigo e que há um tempo vem me mostrando da maneira mais natural e verdadeira possível como respeitar as diferenças entre os seres.
Abraço, grande camarada!
terça-feira, 21 de agosto de 2007
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Santos, Cristian . Guerras Contidas, 2007
Tristeza no céu
No céu também há uma hora melancólica.
Hora difícil, em que a dúvida penetra as almas.
Porque fiz o mundo?
Deus se pergunta e se responde: Não sei.
Os anjos olham-no com reprovação
e plumas caem.
Todas as hipóteses: a graça, a eternidade, o amor caem, são plumas.
Outra pluma, o céu se desfaz.
Tão manso,
nenhum fragor denuncia
o momento entre tudo e nada,
ou seja, a tristeza de Deus.
(Carlos Drummond)
Há momentos em que não temos fuga nem para a escrita, momentos que só os que dela sabem fazer bom uso, como os poetas, poderiam tomar de brusco uma pluma e devastar papéis brancos em busca de conforto, mas nem eles, acredito, nem eles conseguem apaziguar certos momentos, pois não falo de simples solidão, de crises sobre existência ou problemas ontológicos, de reflexão inconcreta e absurda. Falo mais, falo da natureza epistemológica, falo da melancolia inerente que se traduz no viver, falo do desânimo e da desesperança frente às mazelas sociais, falo da desgraça do outro que te tira o brilho, falo de influências e regências humanas que abatem humanos em covas desconhecidas, porém destinadas
Há desidentificação entre o Eu e o Tu, há dissonância entre tu e eu e a isso cabe questões retóricas, a isso se junta digressões imagéticas, projeções ilusórias, memórias de futuros inalcansáveis, inconpreensíveis, intocados, pois transcrevem sonhos ainda não sonhados ou meramente acorrentados.
Tenho eu um grande amigo poeta que se intitula Cobra e que capacitadamente transpõe algumas sensações, dessas que anuncio, para o papel. E o faz de maneira exorbitantemente admirável. Um pouco por ser poeta, outro por ser de uma sensibilidade incomum diante da vida e talvez muito por ser amaldiçoado com esse dom para poetizá-la, de poder transmitir palavras desconfortáveis aos que se acomodam com a vida, àqueles da sala de jantar, à espera, aos indiferentes, aos desarmados, aos aprisionados num outro mundo, onde os poetas não habitam por serem demasiado pesados em suas sensibilidades e não suportam tanta sujeira invisível, tanta discrição faminta de apreciação. Eles não se enquadram, eles não se deixam ficar no corredor, se espreitam como gatunos nos tetos e tiram do mundo somente a parte que lhes é aprazível e cruel - a poética, a expresão poiese - a vida atrás da janela quebrada -a arte!
Compartilhe(seja lá quem fores) comigo essas poesias de meu nobre devastador amigo que acaba de lançar seu livro "Guerras Contidas"
Me permita, Cristão, transcrever esse poema.
A criação
E pegou o barro e lhe deu a forma
Braços e pernas, assim fez a estatueta
E com as palavras de sua boca
Deu-lhe vida
(passado, presente, futuro)
Assim foi há milhares de anos,
quando o homem criou Deus.
Diante dessas palavras o incompreensível nos preenche. É incrível a sensibilidade de persistência de um poeta em sua dificuldade de vida, em sua capacidade para senti-la como só um artista sem fronteiras, sem barreiras pode alcançar, pode viver. Para ele a vida não lhe basta e como disse Fernando Pessoa:
Baste a quem baste o que Ihe basta
O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma é vasta:
Ter é tardar.
(Mensagem)
E o que nos resta? Aos reles mortais....
Debanda
Mil luas brancas estralhaçam minha pele
Redondas luas, brancas leitye
O teto negro noite firma-se em minha coluna vertebral
Raios! Onde é que se foi a minha enraivecida fúria?
Minha insana tristeza?
Essa agora melancolia tão doce e calada
Como pena pousa mansa
Como leve pálpebra que adormece
Tão suave vinho tinto
Presa já mordida
Durmo um sono intranqüilo.
E mais uma de Shakespeare... "bem está o que bem acaba".
No céu também há uma hora melancólica.
Hora difícil, em que a dúvida penetra as almas.
Porque fiz o mundo?
Deus se pergunta e se responde: Não sei.
Os anjos olham-no com reprovação
e plumas caem.
Todas as hipóteses: a graça, a eternidade, o amor caem, são plumas.
Outra pluma, o céu se desfaz.
Tão manso,
nenhum fragor denuncia
o momento entre tudo e nada,
ou seja, a tristeza de Deus.
(Carlos Drummond)
Há momentos em que não temos fuga nem para a escrita, momentos que só os que dela sabem fazer bom uso, como os poetas, poderiam tomar de brusco uma pluma e devastar papéis brancos em busca de conforto, mas nem eles, acredito, nem eles conseguem apaziguar certos momentos, pois não falo de simples solidão, de crises sobre existência ou problemas ontológicos, de reflexão inconcreta e absurda. Falo mais, falo da natureza epistemológica, falo da melancolia inerente que se traduz no viver, falo do desânimo e da desesperança frente às mazelas sociais, falo da desgraça do outro que te tira o brilho, falo de influências e regências humanas que abatem humanos em covas desconhecidas, porém destinadas
Há desidentificação entre o Eu e o Tu, há dissonância entre tu e eu e a isso cabe questões retóricas, a isso se junta digressões imagéticas, projeções ilusórias, memórias de futuros inalcansáveis, inconpreensíveis, intocados, pois transcrevem sonhos ainda não sonhados ou meramente acorrentados.
Tenho eu um grande amigo poeta que se intitula Cobra e que capacitadamente transpõe algumas sensações, dessas que anuncio, para o papel. E o faz de maneira exorbitantemente admirável. Um pouco por ser poeta, outro por ser de uma sensibilidade incomum diante da vida e talvez muito por ser amaldiçoado com esse dom para poetizá-la, de poder transmitir palavras desconfortáveis aos que se acomodam com a vida, àqueles da sala de jantar, à espera, aos indiferentes, aos desarmados, aos aprisionados num outro mundo, onde os poetas não habitam por serem demasiado pesados em suas sensibilidades e não suportam tanta sujeira invisível, tanta discrição faminta de apreciação. Eles não se enquadram, eles não se deixam ficar no corredor, se espreitam como gatunos nos tetos e tiram do mundo somente a parte que lhes é aprazível e cruel - a poética, a expresão poiese - a vida atrás da janela quebrada -a arte!
Compartilhe(seja lá quem fores) comigo essas poesias de meu nobre devastador amigo que acaba de lançar seu livro "Guerras Contidas"
Me permita, Cristão, transcrever esse poema.
A criação
E pegou o barro e lhe deu a forma
Braços e pernas, assim fez a estatueta
E com as palavras de sua boca
Deu-lhe vida
(passado, presente, futuro)
Assim foi há milhares de anos,
quando o homem criou Deus.
Diante dessas palavras o incompreensível nos preenche. É incrível a sensibilidade de persistência de um poeta em sua dificuldade de vida, em sua capacidade para senti-la como só um artista sem fronteiras, sem barreiras pode alcançar, pode viver. Para ele a vida não lhe basta e como disse Fernando Pessoa:
Baste a quem baste o que Ihe basta
O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma é vasta:
Ter é tardar.
(Mensagem)
E o que nos resta? Aos reles mortais....
Debanda
Mil luas brancas estralhaçam minha pele
Redondas luas, brancas leitye
O teto negro noite firma-se em minha coluna vertebral
Raios! Onde é que se foi a minha enraivecida fúria?
Minha insana tristeza?
Essa agora melancolia tão doce e calada
Como pena pousa mansa
Como leve pálpebra que adormece
Tão suave vinho tinto
Presa já mordida
Durmo um sono intranqüilo.
E mais uma de Shakespeare... "bem está o que bem acaba".
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Ojalá - Silvio Rodriguez
Yo no he perdido ningún gran amor, pero me gané buenísimas influencias en mi vida en el último fin de semana. Silvio Rodriguez fue una de ellas y Ojalá su canción muy linda que me gustaria saber tocarla.
Quizá mi guitarra aun esté pronta para ese hecho - un día-
Intro: Dm Dm7 Dm7 Dm6
Dm* Dm7+
A)Ojalá que las hojas
Dm7 Dm6 Dm(Dm7+ Dm7 Dm6)
no te toquen el cuerpo cuando caigan
C
para que no las puedas
Dm* (Dm7+ Dm7 Dm6)
convertir en cristal
Em* A*
ojalá que la lluvia
D
deje de ser milagro
F#m Bm(Bm/A)
que baja por tu cuerpo
A G F# Bm(Bm/A)E
ojalá que la luna pueda salir sin ti
Dm (Dm/C) A# A7 Dm*
ojalá que la tierra no te bese los pasos
Dm* Dm7+ Dm7 Dm6 C
ojalá se te acabe la mirada constante
Fm*
la palabra precisa, la sonrisa perfecta
G G7 C
B)Ojalá pase algo que te borre de pronto
E Am
una luz cegadora
Am/G F
un disparo de nieve
G
ojalá por lo menos
C
que me lleve la muerte
E Am
para no verte tanto
Am/G F
para no verte siempre
Dm (Dm7+ Dm7 Dm6)
en todos los segundos
C*
en todas las visiones
Fm* G Dm (Dm7+ Dm7 Dm6)
C)Ojalá que no pueda tocarte ni en canciones
A)Ojalá que la aurora no de gritos que caigan en mi espalda
ojalá que tu nombre se le olvide a esta voz
ojalá las paredes no retengan tu ruido de camino cansado
ojalá que el deseo se vaya tras de ti a tu viejo gobierno de difuntos y flores
ojalá se te acabe la mirada constante la palabra precisa, la sonrisa perfecta
B)Ojalá pase algo que te borre de pronto una luz cegadora un disparo de nieve
ojalá por lo menos que me lleve la muerte para no verte tanto para no verte siempre
G
en todos los segundos
C
en todas las visiones
C)Ojalá que no pueda tocarte ni en canciones
B)Ojalá pase algo que te borre de pronto...
Fm* G C C/B Am
C)Ojalá que no pueda, tocarte ni en canciones
Am/G F Em Dm*Dm7+ Dm7 Dm6 C
Quizá mi guitarra aun esté pronta para ese hecho - un día-
Intro: Dm Dm7 Dm7 Dm6
Dm* Dm7+
A)Ojalá que las hojas
Dm7 Dm6 Dm(Dm7+ Dm7 Dm6)
no te toquen el cuerpo cuando caigan
C
para que no las puedas
Dm* (Dm7+ Dm7 Dm6)
convertir en cristal
Em* A*
ojalá que la lluvia
D
deje de ser milagro
F#m Bm(Bm/A)
que baja por tu cuerpo
A G F# Bm(Bm/A)E
ojalá que la luna pueda salir sin ti
Dm (Dm/C) A# A7 Dm*
ojalá que la tierra no te bese los pasos
Dm* Dm7+ Dm7 Dm6 C
ojalá se te acabe la mirada constante
Fm*
la palabra precisa, la sonrisa perfecta
G G7 C
B)Ojalá pase algo que te borre de pronto
E Am
una luz cegadora
Am/G F
un disparo de nieve
G
ojalá por lo menos
C
que me lleve la muerte
E Am
para no verte tanto
Am/G F
para no verte siempre
Dm (Dm7+ Dm7 Dm6)
en todos los segundos
C*
en todas las visiones
Fm* G Dm (Dm7+ Dm7 Dm6)
C)Ojalá que no pueda tocarte ni en canciones
A)Ojalá que la aurora no de gritos que caigan en mi espalda
ojalá que tu nombre se le olvide a esta voz
ojalá las paredes no retengan tu ruido de camino cansado
ojalá que el deseo se vaya tras de ti a tu viejo gobierno de difuntos y flores
ojalá se te acabe la mirada constante la palabra precisa, la sonrisa perfecta
B)Ojalá pase algo que te borre de pronto una luz cegadora un disparo de nieve
ojalá por lo menos que me lleve la muerte para no verte tanto para no verte siempre
G
en todos los segundos
C
en todas las visiones
C)Ojalá que no pueda tocarte ni en canciones
B)Ojalá pase algo que te borre de pronto...
Fm* G C C/B Am
C)Ojalá que no pueda, tocarte ni en canciones
Am/G F Em Dm*Dm7+ Dm7 Dm6 C
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Não se ensina: se aprende
Ensinamento
(Adélia Prado)
Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
Certo dia um amigo me perguntou se acaso temos o direito de interferirmos no processo de aprendizagem, de amadurecimento do Outro?
Bem, eu lhe respondi que sim, pois já há muito, também tivera eu a mesma dúvida diante da vida, porém com que autoridade eu respondi que sim e justificando ainda que se a pessoa tiver consciência de que sua interferência não irá causar danos ao interferido, então o interferidor não estará cumprindo mais que seu dever civil? Considerando que, objetiva com esse ato a manutenção e/ou boa formação da dignidade, o bom senso, o bem-estar do próximo. Só faltou completar com " Esse seu ato poderá contribuir para a preservação da moral e dos bons costumes da pessoa em processo de civilização"
Ora, o que se tem a dizer a respeito dessa minha mera opinião? O que conheço eu da vida para poder decidir o que fazer dela na relação com o outro? Bem, perguntas complexas -fáceis, no entanto, de serem contestadas(dependendo do ângulo ou da boca que fala) Posso eu ajudar o outro, que por ser "inexperiente", aprende com meus erros e acertos a refletir sobre suas próprias ações. Esse seria então o jogo dialógico dos seres humanos, para Bakhtin
Entrementes, para Norbert Elias que escreveu O Processo Civilizacional, Lisboa, D.Quixote, 1989-1990 (2 vols). A preocupação com o processo de civilização do ocidente europeu, era demonstrar a evolução das relações do homem ocidental com o seu próprio corpo, com as suas necessidades e instintos fisiológicos e emocionais e o modo como esta evolução se refletiu nas relações do indivíduo com os outros e foi condicionada pela evolução histórica da sociedade.
Um exemplo seria a capacidade dos indivíduos de alcançaram o auto-controle. Capacidade que temos, alguns, de segurar o xixi até encontrar um banheiro público, que sintomaticamente escasseiam nas nossas cidades, evitando deste modo fazer das árvores, que deveriam embelezar e purificar o oxigénio das cidades, mictórios públicos.
Desse modo, salvo conducto das relações que aqui tento estabelecer, entorno-me o direito público de assim como emitir opiniões são de responsabilidades individuais e peremptóricas, discorrer metalinguísticamente sobre as mesmas, me emparedando à sua recepção.
Pergunto: Necessito eu de um escudo, via virtual, para me defender das possíveis interferências, no caso, intelectuais ou nem tanto que causarei aqui nesse meu laboratório sapiens-demens das letras?
Shakespeare disse que "estar preparado é tudo", contudo nunca estamos de todo preparado para nada, quiça para o tudo que temos de enfrentar.Estar preparado para um exame, para uma entrevista de trabalho, para uma apresentação musical, teatral, palestra, seminário, estar preparado para uma viagem, para ir a um restaurante ou coordenar uma equipe esportiva, preparado para fazer compras ou assistir a um filme, cuja sinopse já pesquisou,limpar uma casa ou até ter um filho...há várias maneiras de se preparar para atuar na sociedade, contudo estar preparado para o OUTRO, bem isso é muito mais difícil, considerando que em tudo ele estará presente e como você irá agir nessas situações, nessas relações descritas em que não estará sozinho, mas sim na presença irremediável de todos os outros com sonhos, descobertas, questionamentos, formações, opiniões, vivências, experiências, crenças, medos, desejos, dificuldades, personalidades, caráter,enfim tudo diferente. Isso é estar preparado para a vida. Na verdade, penso que Shakespeare quis dizer com sua frase a seguinte recomendação: Seja paciente, tolerante e respeite tudo que vc tem que enfrentar e assim estará preparado para os combates, lutas e persistências que se trava no processo de vivência, pois nunca estará sozinho, há sempre a companhia do Outro, civilizado ou não ele estará lá e você terá de encará-lo.
Por fim, retomo àquela pergunta inicial, temos o direito de interferir no outro? Não tenho resposta. Tenho outra pergunta.
Por que não fazê-lo se isso promove crescimento em ambos?
Termino com A. Caeiro
Sim: há diferença.
Mas não é a diferença que encontras;
Porque o ter consciência não me obriga a ter teorias sobre as cousas:
Só me obriga a ser consciente.
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